De acordo com Claudio Muller, o projeto da embarcação utiliza-se de um sistema de velas que permite o uso de energia eólica, reduzindo custos operacionais, consumo de combustíveis e emissões de gases de efeito estufa
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Projeto do primeiro navio de grande porte para transportes de minério de ferro, utilizando velas rotativas da Vale, recebeu prêmio em evento paralelo à Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2021 – COP26. O projeto conta com a participação da Escola Politécnica (Poli) da USP e o navio é uma das embarcações analisadas pelo Tanque de Provas Numérico (TPN).
“Esse projeto representa um grande avanço”, contou ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição Claudio Müller, responsável pelo projeto e professor da Escola Politécnica (Poli) da USP. O projeto diferencia projetos na área de Engenharia Mecânica, pois é um dos únicos a focar na construção da embarcação. O TPN envolveu-se com o projeto graças à iniciativa da Vale de empregar equipes de apoio para seus projetos em desenvolvimento e desenvolveu um convênio com a Poli para aprimorar essa tecnologia.
O sistema de velas utilizado na construção do navio corresponde a uma tecnologia que visa ao aumento do desempenho energético e na redução da emissão de gases de efeito estufa, como o CO2, utilizando-se da energia eólica para isso. Apesar de não ser uma tecnologia nova, o sistema de velas e instrumentos empregados pelo projeto foram atualizados para garantir uma melhora dos resultados.
Outro benefício que a aplicação dessa técnica traz é a redução dos custos operacionais, por reduzir o consumo de combustível, por exemplo, afetando o preço final dos produtos no mercado internacional. Segundo Müller, um dos desafios do projeto é o armazenamento da energia captada pelas velas. Como se trata de um método que tem o vento como fonte de energia, o seu funcionamento depende das correntes atmosféricas, que variam dependendo da região do mundo ou estação do ano.